Foi na subida para o Dzong de Paro, onde se ia realizar o festival Tsechu, que ganhámos o cognome que nos acompanharia toda a viagem. A polícia começou a mandar encostar todos os que subiam o pequeno caminho com dois metros de largura. O Tenzin vira-se para nós com um ar muito sério e diz: daqui a pouco o Rei vai descer por este caminho com a sua comitiva. Disse-nos que não o poderíamos fotografar e que quando passasse toda a gente se iria baixando a fazer uma vénia. Como estrangeiros não teríamos de o fazer, só se quiséssemos. Claro que fazíamos a vénia, dissemos nós entre o espanto e o estado de choque.
Ainda nos conseguiu explicar que o Rei seria o que usaria um Kabney amarelo (uma espécie de lenço que vai do ombro até à cintura e que é obrigatório utilizar em lugares sagrados). Com um Kabney laranja estariam os ministros e os de vermelho seriam membros da família real. O povo usa branco. E, nem um minuto depois, o Rei efetivamente desceu o caminho.
Quando passava junto de nós subitamente parou, penso que surpreendido com o Magno que estava na “manduca” às costas do pai, e perguntou-nos de onde éramos, se estávamos a gostar e mais umas quantas perguntas simpáticas. Foi um momento épico e que, apesar de não fotografado, jamais será esquecido… e, num estilo“how I met your mother”, foi assim que, viemos a saber, pelo Butão e durante a nossa estadia, toda a gente se referia a nós como “the family who met the king”.