A pergunta que mais vezes nos fazem é a seguinte… rufar de tambores…
Como conseguir viajar mais/ financiar uma volta ao mundo/ uma viagem de um ou dois anos?
Infelizmente, a não ser que se ganhe o Euromilhões, uma herança de um qualquer tio desconhecido, ou já se tenha amealhado o valor que se espera gastar em viagem não há uma solução milagrosa que dê para aplicar taxativamente a todos os casos. Mas, aqui entram as boas notícias, existem muitas formas de conseguir viajar mais sem ter de vender um rim no mercado negro.
1 – Poupar.
Para o comum dos mortais, com um salário dito normal, provavelmente não dará para viajar muito se se mantiverem determinadas despesas. Acreditem, basta sair menos à noite, jantar ou tomar o pequeno-almoço menos vezes fora de casa, comprar menos roupas ou gadgets que, assim do nada, parece que o ordenado cresceu.
O primeiro passo é por isso cortar no supérfluo para que sobre para o essencial. Eu sei que lido assim parece óbvio mas a maior parte das pessoas nem se dá conta que os que viajam mais e que se enquadram dentro dos tais padrões de salário médio, são também pessoas que vivem uma vida sem grandes luxos e extravagâncias.
2 – Trabalhar em viagem.
Há profissões que são naturalmente mais propícias a trabalhos em viagem e trabalhos à distância. A informática, enfermagem, medicina, fotografia, jornalismo, ensino de línguas etc… mas há também trabalhos que podem ser feitos em viagem a partir de um “jeitinho especial” que se tenha para algo.
Vou dar-vos o exemplo de um rapaz que conheci numa viagem de mergulho no Egipto. O Adam era um advogado canadiano que se cansou da rotina e decidiu fazer uma pausa de alguns anos pelo mundo. Como era mergulhador e tinha uma especial vocação para edição de filmes começou a financiar-se com a realização de filmagens de mergulhos. Mergulhava com grupos, filmava e depois vendia o filme. Ficava uns tempos a visitar esses países onde filmava e ia também conhecendo outros à volta. Uma inspiração.
O Carlos foi um espanhol que conhecemos na China e que se financiava a fazer pão. É incrível a procura que existe pelo mundo fora de pessoas que saibam cozinhar no geral ou fazer pão ou pizas em particular. Também já perdemos a conta ao número de viajantes que conhecemos a trabalhar em hostels. Muitos hotéis e hostel aceitam que os viajantes trabalhem na receção em troca de alojamento, comida e muitas vezes um pequeno ordenado.
3 – Ter uma fonte de receita no país de origem.
Uma das soluções mais usadas para viagens mais demoradas, para quem tem casa própria, é arrendar a casa durante o período em que decorrerá a viagem. É impressionante o número de países onde se consegue viver e viajar com 500€ ou menos por mês.
4 – Vender fotografias é outra possibilidade interessante.
Claro que para isso ajuda ter vocação e material fotográfico de qualidade. São muitos os sites para onde é possível vender fotos num conceito a que se dá o nome de microstock. São exemplos disso o shutterstock ou o dreamstime. Mas há muitos mais.
5 – Viajar mais devagar.
É um lugar-comum dizer que quem viaja devagar viaja mais barato mas é mesmo verdade. Quando se viaja devagar, normalmente utiliza-se transportes públicos e terrestres que são em regra muito mais em conta. Quanto mais tempo se fica num sítio mais fácil é negociar um desconto no alojamento e quanto mais se conhece uma cidade mais se começa a vivê-la como os “locais” encontrando sítios mais baratos e normalmente melhores onde comer, por exemplo.
6 – Não ter planos fixos.
No nosso caso temos, como sucede com a maior parte das pessoas, uma lista de 15 ou 20 países que gostávamos de conhecer nos tempos mais próximos. Mas, na realidade, se não aparecer um voo para esses destinos com um preço interessante para as datas que temos disponíveis partimos com a maior das tranquilidades para outro lugar.
O que não faltam são sítios fantásticos para visitar que aparecem com promoções ou erros de tarifa. Quanto mais estanques forem os planos mais provável será que se acabe por pagar mais. Lembro-me de uma vez ter ido para a Estónia e daí para mais uns quantos países vizinhos só porque encontrei casualmente um voo por 10€ ida e volta e, mais recentemente, visitámos a Namíbia com voos a 150€ por pessoa numa das mais conceituadas companhias aéreas. Por isso, flexibilidade é a palavra chave para viajar mais.
7 – Não investir demasiado dinheiro no alojamento.
Agora a sério, quanto tempo é que pensam passar no quarto? Claro que há mínimos e compete a cada um encontrar os seus. Mas, a não ser que surja uma boa promoção nos sites de marcação de hotéis, basta que seja limpo, que esteja localizado perto de meios de transporte e que seja mais ou menos central.
8 – Aproveitar os amigos pelo mundo.
Ainda quanto a alojamento, porque não aproveitar os amigos emigrados pelo mundo e pedir-lhes um lugar no sofá quando visitarem o país onde eles vivem?
No nosso caso admito que somos mais vezes “os fornecedores” do sofá do que os utilizadores dos sofás dos amigos mas é um três em um fantástico: matar saudades, aproveitar os conhecimentos dos amigos enquanto “locais” e aliviar o orçamento.
9 – Ver os stopovers.
Não como um aborrecimento mas como uma grande oportunidade de conhecer mais países e ainda por cima de forma gratuita ou quase. Vou-vos confessar uma coisa: muitas vezes procuro propositadamente voos que façam escala ao invés de escolher um voo direto. Foi assim que visitámos o Dubai e Doha por exemplo. E é assim que voltaremos a estar uns dias na China daqui a um mês.
10 – Procurar promoções de voos.
Quase como quem procura um emprego, ou seja, diária e afincadamente. Para além dos melhores amigos do viajante: o Skyscanner e o Momondo e da subscrição das newsletters das principais companhias aéreas, existe um número considerável e crescente de páginas vocacionadas para encontrar as tão almejadas promoções e erros de tarifa das companhias aéreas.
A holidaypirates, a Flynous ou Flyforfree são algumas das páginas a visitar religiosamente e, assim que surja algo que se enquadra no que procuram, marcar rapidamente antes que a promoção ou erro de tarifa desapareça.
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